Fissura Anal
Fissura anal é uma ferida que aparece na mucosa do ânus. É causada pela passagem de fezes ressecadas e endurecidas ou em caso de diarréia crônica ou severa, trauma da região anal, dieta pobre em fibras e doenças inflamatórias intestinais.
Geralmente esses pacientes têm hipertrofia do esfíncter anal (musculatura do ânus que contrai e relaxa para controlar a evacuação) que dificulta o relaxamento da musculatura para a passagem das fezes, dificultando essa passagem.
Manifesta-se por dor de intensidade variável durante a evacuação e que pode persistir por períodos de até algumas horas. Em geral pacientes com fissura anal evitam o ato evacuatório para não sentir dor, o que na verdade torna as fezes mais ressecadas e só piora o quadro.
Inicia-se como uma ferida (fissura aguda) que pode cicatrizar e fechar se os fatores causais forem afastados, ou tornar-se um tecido inflamatório e depois endurecido (fibrose) que não cicatriza mais (fissura crônica).
O diagnóstico é feito pela história clínica e exame físico local. Não são necessários exames de imagem.
Tratamento
A forma aguda é tratada com a melhora na alimentação e hábitos de higienização, bem como tratamento local com medicamentos específicos e pomadas. Uma das principais causas de fissura, a constipação intestinal, pode ser corrigida com alimentos ricos em fibras e boa hidratação, pois melhoram a consistência das fezes e aumentam a frequência evacuatória. Fazer a higienização anal com água, após as evacuações, diminui o atrito causado pelo papel higiênico.
Na forma crônica o tratamento de escolha é a cirurgia, que consiste na remoção do tecido comprometido (fissurectomia). A remoção deve incluir não só a ferida (fissura), como também o tecido fibrótico (cicatriz endurecida) ao seu redor, pois essa fibrose evita a cicatrização e fechamento da fissura. Esse procedimento permite então que a cicatrização da fissura aconteça (como se estivéssemos transformando a fissura crônica em uma aguda novamente). Em alguns casos, corta-se parcialmente o músculo do ânus (esfíncter anal) para que haja maior relaxamento no momento da evacuação, na tentativa de evitar-se o aparecimento de novas fissuras no futuro. O procedimento é realizado em centro cirúrgico sob anestesia, geralmente raqui ou peridural, associada com sedação. Em média, a cirurgia leva cerca de 30 minutos. A alta hospitalar é dada no dia seguinte ao da cirurgia e o paciente volta às suas atividades cotidianas cerca de 15 dias após a operação.