Câncer de Intestino

Câncer de Intestino

Este é o câncer do aparelho digestivo mais comum e felizmente, tratável e curável na maioria dos casos, se for detectado precocemente.

Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos (colocar link para direcionar para o post “PÓLIPOS INTESTINAIS” ao clicar na palavra pólipo), que são lesões benignas. É o 3º tumor mais comum em homens e mulheres, sendo que 2/3 dos casos se localizam no cólon (a maioria no intestino grosso do lado esquerdo), e 1/3 no reto (porção final do intestino antes do ânus). Cinco por cento dos pacientes podem ter 2 tumores em locais diferentes do intestino grosso ao mesmo tempo, e 20% dos casos de câncer colorretal tem causa genética hereditária.

Causas genéticas e histórico familiar são fatores de risco para este câncer, e que você “não pode evitar”. No entanto, há fatores que você pode mudar em sua rotina e que contribuem para o aparecimento desta doença.

    Os principais fatores que levam ao seu aparecimento:
  • Pólipos (tipo adenoma correspondem a 70% dos pólipos);
  • Obesidade;
  • Dieta pobre em fibras e rica em gorduras e calorias;
  • Alto consumo de carnes processadas (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, blanquet de peru, peito de peru e salame);
  • Retocolite ulcerativa (20% dos pacientes podem desenvolver câncer);
  • Doença de Crohn (risco 2x maior que a população geral);
  • Histórico familiar (O risco é maior quando o parente é de primeiro grau, tem < 60 anos ou quando existem 2 ou mais parentes acometidos pela doença);
  • Síndromes genéticas (Polipose adenomatosa familiar e câncer colorretal hereditário não polipose [HNPCC, sigla em inglês], também chamado de síndrome de Lynch);
  • Tabagismo e álcool.
  • Tumores colorretais (adenocarcinomas) crescem lentamente e transcorre um longo período de tempo até tornarem-se grandes o suficiente para provocarem sintomas. Os sintomas dependem da localização do tumor, do tipo, da extensão e das complicações, sendo os principais:
  • Sangue nas fezes;
  • Alteração do hábito intestinal (diarréia e prisão de ventre, ou alternância das 2 situações);
  • Dor ou desconforto abdominal;
  • Fraqueza e anemia;
  • Perda de peso sem causa aparente.
  • Alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas)
  • Massa (tumoração) abdominal

Esses sinais e sintomas também estão presentes em problemas como hemorróidas, verminose, úlcera gástrica e outros, e devem ser investigados para seu diagnóstico correto e tratamento especifico. Na maior parte das vezes esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em alguns dias.

A detecção precoce do câncer é uma estratégia para encontrar um tumor numa fase inicial e assim, possibilitar maior chance de tratamento com intenção curativa. O diagnóstico pode ser feito por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce), ou com o uso de exames em pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento) mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

Os tumores de cólon e reto podem ser detectados precocemente através de dois exames principais: pesquisa de sangue oculto nas fezes (usado somente como triagem, pois o resultado negativo não exclui a possibilidade) e endoscopias (colonoscopia ou retossigmoidoscopias). 

O CEA é um marcador tumoral, uma substância produzida pelo tumor que é detectada no sangue. Em 70% dos pacientes com câncer de cólon o CEA elevado está presente, mas esse teste não é específico e, portanto, não é recomendado para triagem. Entretanto, se o CEA estiver alto no pré-operatório e baixo após a remoção do tumor do cólon, monitorar o CEA pode ajudar a detectar a recorrência mais precocemente.

Após diagnosticar o tumor, o próximo passo é realizar o estadiamento, ou seja, avaliar se a doença está localizada (estágio inicial) ou se já teve disseminação para a região ao redor ou para outros órgãos. Isto é feito com exames de imagem do tórax e abdome, geralmente utilizando a tomografia. É baseado no estadiamento que é definida a estratégia de tratamento, que geralmente começa com a cirurgia.

Tratamento

A cirurgia com intenção de cura pode ser tentada em 70% dos pacientes que se apresentam sem doença metastática (disseminação da doença para outros órgãos). A prioridade é retirar o segmento do intestino com o tumor, com margem de segurança e junto da cadeia de linfonodos (gânglios) correspondente, realizada preferencialmente por videolaparoscopia. Quando já existem metástases ou sinais de doença avançada, o tratamento pode começar com quimioterapia e a cirurgia fica em um 2º momento. Dependendo da resposta à quimioterapia, a ressecção de número limitado de metástases hepáticas é recomendada para pacientes selecionados e não debilitados, , como procedimentos subsequentes complementares.

Quimioterapia melhora a sobrevida dos pacientes com câncer de cólon com linfonodos positivos em pelo menos 10 a 30%. Os pacientes com câncer de reto com 1 a 4 linfonodos positivos se beneficiam da combinação de quimioterapia e radioterapia; quando > 4 linfonodos positivos forem encontrados, modalidades combinadas são eficazes. Radioterapia pré-operatória e quimioterapia para melhorar a taxa de ressecabilidade do câncer retal ou diminuir a incidência de metástases linfonodais são o tratamento padrão.

Especialista em Cirurgia geral, de Emergência e Trauma, Cirurgia do Aparelho Digestivo e Coloproctologia, Hérnias e Cirurgia de Parede Abdominal e Videolaparoscopia

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