Herniorrafia ou hernioplastia é a cirurgia que visa corrigir o defeito na musculatura e/ou aponeurose (“tendão” que reveste os músculos) que permite o aparecimento da hérnia abdominal.
A técnica consiste no fechamento do anel herniário (defeito acima relatado) por meio de pontos cirúrgicos ou, mais atualmente, com a colocação de telas. Essas telas são como uma rede, feita de material orgânico, sintético ou ambos e que tem como objetivos o fechamento do defeito e a formação de tecido cicatricial (fibrose) mais espesso e resistente que o tecido que se formaria sem a colocação da tela. Esse tecido formado com a tela, e como dito, mais espesso e resistente, diminui a chance de recidiva (formação de outra hérnia no mesmo local). Os materiais usados atualmente, assim como os locais onde são colocados, fazem com que essas próteses sejam inertes (causam pouca ou nenhuma reação indesejada) ao organismo.
A colocação da tela pode ser pela cirurgia tradicional (com corte) ou pela laparoscopia. A melhor opção é avaliada em cada caso, antes do ato cirúrgico, e explicada ao paciente. Ambas as técnicas possuem resultados semelhantes em relação à resolutividade e chance de recidiva (voltar a hérnia no mesmo lugar), no entanto, na técnica por laparoscopia o paciente sente menos dor nos primeiros dias após a cirurgia, fazendo com que o retorno à suas atividades habituais seja mais rápido.
Para a cirurgia é necessário um período de 8 horas de jejum. Se a técnica escolhida for a tradicional (com corte) o paciente é submetido à anestesia peridural ou raquidiana (anestesias aplicadas nas costas e que tiram a sensibilidade dolorosa do ponto de aplicação para baixo) associadas com sedação (paciente dorme tranquilamente sem se incomodar com a manipulação cirúrgica e tempo da cirurgia). Se a técnica escolhida for por laparoscopia, a anestesia precisa ser geral. O procedimento leva em média 1 hora. Dependendo da localização e do tamanho da hérnia. O efeito da anestesia raqui pode levar algumas horas para desaparecer e nesse período o paciente não sente as pernas e deve permanecer deitado. Quando sua sensibilidade voltar ao normal o paciente pode levantar-se, mas sempre com ajuda nas primeiras vezes (hoje em dia não é mais necessário permanecer deitado por 24 horas para não ter dor de cabeça). Alimenta-se assim que estiver acordado. Dorme uma noite no hospital, tendo normalmente alta no dia seguinte, após avaliação médica.
Permanece em casa por 7 a 14 dias. Pode movimentar-se normalmente, inclusive subir e descer escadas desde que lentamente e com cuidado. Não deve carregar peso ou fazer esforço físico. Após esse período, retorna ao consultório para reavaliação e retirada de pontos. Após 15 dias retorna às suas atividades diárias normalmente, podendo dirigir e trabalhar. Esforços físicos para trabalhadores braçais ou academias são evitados por 30 dias.